Artigos, estudos e apostilas sobre ação de determinados nutrientes no solo.
Enxofre líquido + carbonato de Ca
ENXOFRE LÍQUIDO +
CARBONATO DE CÁLCIO
(25% enxofre e 10%
carbonato de cálcio)
COMPLEMENTA A NUTRIÇÃO DA
CULTURA COM DEFICIÊNCIA AJUDANDO O GESSO EM PÓ
MELHORA CONDIÇÕES E
RÁPIDEZ NO APROVEITAMENTO DOS NUTRIENTES
O produto é hidratado, com fórmula química, podendo ser
de origem natural, quando obtido da rocha denominada gipsita, ou sintética,
quando resultante de processos industriais. O produto de coloração branca ou
bege, contém nutrientes enxofre (s) e cálcio (ca), além de pequenas
percentagens de outros elementos, especialmente o fósforo.
Importância
É utilizado como
condicionador de solo, como fonte de nutrientes cálcio e enxofre e para aumento
da relação cálcio/magnésio dos solos.
Graças à sua grande
solubilidade (145 vezes superior ao calcário), o gesso penetra nas camadas mais
profundas dos solos (sub-superfície), complementando os benefícios da calagem,
que age apenas na camada superficial (até 20 cm).
Em alguns solos, seja por
sua própria natureza, seja pelo uso intensivo do calcário dolomítico, a relação
cálcio/magnésio (ca/mg) apresenta valores inferiores aos desejados. A correção
do problema com o uso do calcário calcítico provoca aumento do ph,
frequentemente indesejável. A utilização do gesso liquido permite corrigir o
problema sem alteração do pH.
Benefícios
Aumenta a porosidade dos
solos e neutraliza o alumínio tóxico;
Permite o aprofundamento
das raízes permitindo a busca dos nutrientes e água;
Maior disposição e
aproveitamento de quantidade de nutrientes e água para seu desenvolvimento e
para suportar os períodos de estiagens e veraneios;
Dispensa a incorporação
aos solos;
Usado sobre o solo, será
solubilizado e incorporado pelas chuvas ou irrigações;
Aplicação com bombas
convencionais;
Combate o problema de
encrostamento superficial das terras causados pela perda de matéria orgânica e
pela ação impactante das gotas de chuva, tráfego de maquinas e pisoteio de
animais.
O cálcio e enxofre em
profundidade nos solos favorece em:
Crescimento das raízes e
aproveitamento dos nutrientes;
Aumenta o vigor das
plantas;
Melhora o valor dos
alimentos;
Proporciona maior
produtividade;
Aumenta a qualidade dos
produtos colhidos.
Aumenta a permeabilidade
superficial e taxa de infiltração dos efluentes.
Consequências da não
utilização do gesso;
Com o encrostamento, ao impedir a infiltração
da água, aumenta o escorrimento superficial e a erosão, além de prejudicar a
emergência das plântulas, especialmente as das leguminosas.
SILÍCIO PÓ
SILÍCIO BUGRAN EM PÓ 94,6%
Si
Silício é um produto
natural proveniente de rochas fosforizadas (sio2). Atua entre a película e a
epiderme da planta impedindo a entrada de doenças, alguns insetos, bactérias e
fungos.
Após a pulverização a
planta absorve o produto da mesma forma que a pele humana absorve um protetor
solar, criando uma camada protetora.
Diferente do silício que é
adicionado no solo, o SILÍCIO BUGRAN tem alta solubilidade em água, podendo ser
misturado a calda pronta com outra substância, aproveitando assim a
pulverização de inseticidas, fungicidas, adubos foliares, etc….
Após a pulverização a
planta absorve o produto, criando uma camada protetora, enrijecendo as folhas e
o caule, impedindo a ação de insetos, fungos e bactérias.
Ação do silício nas
plantas:
Na cultura do arroz e
outras gramíneas (milho, trigo, sorgo, cana, aveia), o silício é considerado
essencial, pois quando acrescentado à adubação aumenta a produção.
Entretanto, para outras
culturas, o silício desempenha papel importante em processos metabólicos no
aumento da resistência celular física, diminuindo as perdas de água por
transpiração, tornando a planta mais rígida dificultando a infecção,
desenvolvimento e proliferação de fungos e ataque de pragas. Promove estímulos
para a resistência sistêmica das plantas por aumentar as substâncias de defesa.
Apesar de alguns não
considerarem nutriente essencial, o aumento de resistência contra doenças e
pragas é patente.
Vantagens do uso do
silício:
– O silício usado em
pulverizações freqüentes ao longo do desenvolvimento vegetativo nutriu a
planta, favorece a resistência de folhas, frutos e sementes.
O silício oferece um longo
efeito residual, pois aumenta a resistência da planta, diminui a perda d’água,
aumenta a rigidez do colmo e galhos diminuindo acamamentos e perdas por ventos,
suportando cachos e frutos maiores e mais pesados.
Incrementa a produtividade
de culturas, principalmente gramíneas, agindo na mitose (divisão celular);
O silício se insere dentro
de programas de manejo integrado de doenças e pragas de todos os cultivos,
criando uma barreira física, que impede a ação do inseto.
O produto não causa
intoxicação aos agricultores e consumidores, pode inclusive ser misturado a
grãos e rações para expurgo e secagem.
Não deixa resíduo tóxico
no produto, atendendo aos anseios da população que procura cada vez mais por
alimentos sem resíduos de agrotóxicos.
Não permite o
desenvolvimento de resistência das pragas e doenças
Trabalhos recentes têm
mostrado os efeitos benéficos do silício em todas as espécies de plantas.
Segue o linck de varios
trabalhos realizados com silicio
SILÍCIO BATATA
http://www.abbabatatabrasileira.com.br/revista08_005.htm
http://www.infobibos.com/Artigos/2007_2/silicio/index.htm
http://www.grupocultivar.com.br/site/content/artigos/artigos.php?id=135
http://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/2007/10/72-74_Silicio_140.pdf
SILÍCIO CAFE
http://www.cefetbambui.edu.br/str/artigos_aprovados/Ci%C3%AAncias%20Agrarias/72-PT-12.pdf
SILÍCIO SOJA
http://www.scielo.br/pdf/tpp/v34n3/v34n3a05.pdf
http://www.seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/article/viewArticle/6514
http://www.cpao.embrapa.br/portal/artigos/artigos/artigo1.html
Artigo 1/8
O SILÍCIO E A RESISTÊNCIA
DAS PLANTAS AO ATAQUE DE FUNGOS PATOGÊNICOS
Os benefícios da adição ao
solo de cinzas vegetais e esterco de animais para aumentar a produtividade é de
conhecimento dos agricultores há milênios. Esses e uma infinidade de outros
produtos processados pelo homem, na forma de fertilizantes e corretivos da
acidez do solo, são fontes dos nutrientes vegetais, ou seja, elementos minerais
considerados essenciais para as plantas crescerem e completarem o ciclo de
vida, desempenhando inúmeras funções vitais dentro do metabolismo vegetal.
A falta ou excesso de um
ou mais destes minerais influencia não só o crescimento e a produtividade, mas
também pode afetar a resistência ou a tolerância da planta a doenças e pragas.
A resistência é determinada basicamente pela habilidade do hospedeiro em
limitar a penetração, desenvolvimento e/ou reprodução do agente invasor. Por
outro lado, a tolerância é caracterizada pela habilidade da planta em manter o
seu crescimento de modo satisfatório, apesar da infecção ou do ataque da praga.
Mesmo sendo geneticamente controladas, a resistência e a tolerância são
bastante influenciadas por fatores ambientais. Dentre estes, destacamos a
nutrição mineral da planta, cuja fertilidade do solo pode ser manipulada por
meio da adubação e correção da acidez.
A ciência já demonstrou o
envolvimento do silício em vários aspectos estruturais, fisiológicos e
bioquímicos da vida das plantas, com papéis bastante diversos. O silício tem um
papel importante nas relações planta-ambiente, pois pode dar à cultura melhores
condições para suportar adversidades climáticas, edáficas e biológicas, tendo
como resultado final um aumento e maior qualidade na produção. Estresses
causados por temperaturas extremas, veranicos, metais pesados ou tóxicos, por
exemplo, podem ter seus efeitos reduzidos com o uso do silício. Um dos efeitos
benéficos que se sobressaem é o seu papel em reduzir a susceptibilidade das
plantas a doenças causadas por fungos.
A resistência das plantas
às doenças pode ser aumentada por meio da formação de barreiras mecânicas e/ou
pela alteração das respostas químicas da planta ao ataque do parasita,
aumentando a síntese de toxinas que podem agir como substâncias inibidoras ou
repelentes. Barreiras mecânicas incluem mudanças na anatomia, como células
epidérmicas mais grossas e um grau maior de lignificação e/ou silicificação
(acúmulo de silício). A sílica amorfa ou “opala” localizada na parede celular
tem efeito marcante sobre as propriedades físicas desta. Ao acumular-se nas
células da camada epidérmica o silício pode ser uma barreira física estável na penetração
de alguns tipos de fungos, principalmente em gramíneas. Neste aspecto, o papel
do silício incorporado à parede celular é semelhante ao da lignina, que é um
componente estrutural resistente à compressão.
Além da barreira física,
devido à acumulação na epiderme das folhas, o silício ativa genes envolvidos na
produção de compostos secundários do metabolismo, como os polifenóis, e enzimas
relacionadas com os mecanismos de defesa das plantas. Deste modo, o aumento de
silício nos tecidos vegetais faz com que a resistência da planta ao ataque do
fungo patogênico aumente, devido à produção suplementar de toxinas que podem
agir como substâncias inibidoras do patógeno. Alguns exemplos de doenças que
encontram resistência do hospedeiro com a suplementação de silício incluem
bruzone e mancha parda em arroz, cancro-da-haste em soja, oídio em trigo, soja,
cevada, pepineiro e tomateiro, rizoctoniose em arroz e sorgo, cercosporiose em
cafeeiro, dentre outras.
A tecnologia baseada no
uso do silício é limpa e sustentável, com enorme potencial para diminuir o uso
de agroquímicos e aumentar a produtividade através de uma nutrição mais
equilibrada e fisiologicamente mais eficiente, o que significa plantas mais
produtivas, com menos doenças e mais vigorosas.
Oscar Fontão de Lima
Filho1
Artigo 2/8
O SILÍCIO É UM
FORTIFICANTE E ANTIESTRESSANTE NATURAL PARA AS PLANTAS
Há séculos o homem utiliza
extratos vegetais para aumentar a saúde das plantas. Um exemplo clássico é o
uso de extrato de cavalinha ou rabo de cavalo, uma planta do gênero Equisetum
rica em silício nos seus tecidos. A agricultura biodinâmica, por exemplo,
caracteriza-se por utilizar nove preparações homeopáticas com o objetivo de
aumentar a qualidade do solo e estimular o crescimento das plantas. Duas delas
tem como base o silício: extrato de cavalinha e pó de quartzo, para prevenir
doenças fúngicas e estimular o crescimento.
O silício é absorvido
pelas plantas, de modo geral, em grandes quantidades. Em muitas espécies,
inclusive, os teores encontrados nos tecidos superam aqueles existentes para
nitrogênio e potássio, nutrientes majoritários nas plantas. Atualmente
considera-se como nutrientes, ou seja, essenciais para a vida vegetal os
seguintes elementos: carbono, oxigênio, hidrogênio, nitrogênio, fósforo, potássio,
cálcio, magnésio, enxofre (macronutrientes), e os micronutrientes boro, cobre,
ferro, manganês, molibdênio, níquel, cloro, selênio, sódio, cobalto e silício.
A essencialidade do
silício foi comprovado apenas para algumas espécies, falhando-se em descrever o
mecanismo de ação deste elemento, o que faz com que a maioria dos autores o
considere apenas como elemento benéfico. Os conceitos de essencialidade de
minerais para as plantas, estabelecidos há 65 anos, levam em conta o fato de
que a deficiência do elemento torna impossível para a planta completar a fase
vegetativa ou reprodutiva do seu ciclo de vida, de que a deficiência do
elemento é específica, sendo impedida ou corrigida com o fornecimento deste
elemento e que o elemento está diretamente relacionado com a nutrição da
planta, não levando em conta os possíveis efeitos na correção de quaisquer
condições químicas ou microbiológicas do solo ou outro meio de cultura. Estes
critérios de essencialidade, entretanto, são rígidos, não levando em consideração
os avanços na ciência. Como veremos mais adiante, a diminuição na resistência
da planta a fatores estressantes, bióticos ou abióticos, ou seja, causados por
desbalanços nutricionais, doenças fúngicas, pragas e condições climáticas
adversas, pode ocorrer quando a concentração do ácido silícico estiver abaixo
de um limite crítico na solução do solo e, conseqüentemente, na planta. Nestas
condições adversas, se as mudanças bioquímicas que se manifestam em uma planta
são danosas a ela, em virtude da quantidade reduzida de silício em seus
tecidos, poderia-se estabelecer, por meio deste critério, a essencialidade do
silício.
Sabe-se que os solos
tropicais e subtropicais sujeitos à intemperização e lixiviação, com cultivos
sucessivos, tendem a apresentar baixos níveis de silício trocável. Estes solos,
normalmente, apresentam baixo pH, alto teor de alumínio, baixa saturação em
bases e alta capacidade de fixação de fósforo, além de uma atividade
microbiológica reduzida. Solos arenosos são particularmente pobres em silício
disponível para as plantas, isto é, ácido silícico.
Quando se tem um elemento
no solo limitando a expressão máxima do crescimento e produção, deve-se
supri-lo através da adubação química e/ou orgânica. Em 1840 Justius von Liebig
(1803-1873), pai da Nutrição Mineral de Plantas, já sugeria o uso do silício
como fertilizante, sendo o primeiro cientista a conduzir um trabalho de
pesquisa com o elemento em casa-de-vegetação. Desde 1859 são conduzidos ensaios
com fertilizantes silicatados na Estação Experimental de Rothamsted,
Inglaterra. Países asiáticos, como o Japão por exemplo, utilizam quantidades
elevadas de silício em arrozais há décadas. Outros países estão aumentando o
uso da fertilização silicatada em várias culturas. Portanto, o interesse e o uso
comercial do silício na agricultura não é recente. Estudos científicos têm
demonstrado aumentos significativos na taxa fotossintética, melhoria da
arquitetura foliar e de outros processos no metabolismo vegetal, tendo como
resultado final um aumento e maior qualidade na produção. O silício tem um
papel importante nas relações planta-ambiente, pois pode dar à cultura maiores
condições para suportar adversidades climáticas, edáficas e biológicas.
Estresses causados por temperaturas extremas, veranicos, metais pesados ou
tóxicos, por exemplo, podem ter seus efeitos reduzidos com o uso do silício. A
adubação com silício pode, também, aumentar a resistência a várias doenças
fúngicas, bem como para algumas pragas. O estímulo na fotossíntese e no teor de
clorofila aumenta a assimilação de nitrogênio em compostos orgânicos nas
células, o suprimento de carboidratos, o fornecimento de material para a parede
celular e a atividade radicular. Com isso há uma maior absorção de água e
nutrientes, notadamente nitrogênio, fósforo e potássio e um maior poder de
oxidação das raízes. A acumulação de silício nas células da epiderme,
particularmente em gramíneas, mantém as folhas mais eretas, aumentando a
penetração da luz no dossel, diminui a transpiração excessiva, evitando ou
diminuindo o estresse hídrico nas folhas e aumenta a resistência ao acamamento,
pois aumenta a força mecânica do colmo.
Culturas como soja, trigo,
algodão, arroz e cana-de-açúcar, por exemplo, podem ser beneficiadas com o uso
do silício. Deve-se salientar que o efeito do silício tende a ser mais intenso
em cultivos com adubações nitrogenadas pesadas e em solos com níveis baixos de
silício disponível.
A soja pode apresentar
quantidades consideráveis de silício em seus tecidos quando a concentração do
elemento no solo é alta. Trabalhos mostram aumentos na produtividade, altura da
planta, número de vagens, matéria seca da parte aérea e das raízes. Já foram
observados sintomas de deficiência de silício em soja, que se caracterizam pela
malformação de folhas novas e redução da fertilidade do grão de pólen.
Trigo suplementado com
silício pode apresentar maior altura, área foliar, matéria seca, massa de grãos
e número de espiguetas em relação a uma planta de trigo com deficiência do
elemento. Em condições de estresse hídrico, plantas alimentadas com silício
mantêm maior teor e potencial hídrico e área foliar. Além disso, apresentam
folhas mais grossas e densas.
Em algodoeiro a
concentração de silício na fibra aumenta durante a fase de alongamento,
alcançando um valor máximo na iniciação da parede secundária, sugerindo que o
elemento possa ter um papel na formação e alongamento da fibra e,
possivelmente, no desenvolvimento da parede secundária. Pesquisas indicam,
também, que a adubação com silício via solo pode promover crescimento mais
rápido do algodão. Além disso, pode aumentar o número total de capulhos e ramos
frutíferos, tamanho de capulhos e porcentagem de fibra.
O arroz e a cana-de-açúcar
são culturas acumuladoras de silício, concentrando em seus tecidos teores mais
elevados do que outros nutrientes, como nitrogênio e potássio. Em arroz, a
suplementação com silício proporciona aumento na produção, na massa individual
das sementes, no número de grãos e panículas e diminuição da esterilidade. Com
o suprimento do silício a diferença no comprimento das lâminas foliares,
principal responsável pela altura, tende a aumentar de acordo com o
desenvolvimento da planta. A maior expansão foliar determina maior taxa de
assimilação de gás carbônico por planta. Com isso, há uma maior translocação de
assimilados para a produção de grãos, aumentando a produtividade. Em arroz
irrigado o silício aumenta o poder de oxidação das raízes, minimizando os
efeitos tóxicos de níveis elevados de ferro. A cana-de-açúcar também pode
responder à adubação silicatada. Ao aumentar o comprimento e o diâmetro dos
colmos, e o número de perfilhos, a aplicação de silicato aumenta a
produtividade.
Estresses nutricionais
podem ser reduzidos com a suplementação silicatada, pois ocorrem interações do
silício com vários elementos, favorecendo a nutrição vegetal. A toxidez de
ferro, cádmio, chumbo, zinco, mercúrio, manganês, sódio e alumínio, por
exemplo, pode ser minimizada ou evitada com o uso do silício. O fato reveste-se
de importância ao considerarmos que em solos ácidos a toxidez de alumínio é um
dos principais fatores de estresse que limitam o crescimento das plantas.
Além da barreira física,
devido à acumulação na epiderme das folhas, o silício ativa genes envolvidos na
produção de compostos secundários, como fenóis, e enzimas relacionadas com os
mecanismos de defesa das plantas. Deste modo, o aumento de silício nos tecidos
vegetais faz com que a resistência da planta ao ataque do fungo patogênico
aumente, devido à produção suplementar de toxinas que podem agir como
substâncias inibidoras do fungo. Reações bioquímicas elicitadas pelo silício,
em função do ataque de um fungo patogênico, foram estudadas em trigo e
pepineiro. Plantas de trigo tratadas com silício e atacadas por oídio
apresentam reações de defesa específicas que incluem a formação de papilas,
calose, liberação de compostos fenólicos glicosilados, aumento na síntese de
enzimas como peroxidases e superóxido dismutase e incremento na produção de
lignina. O material fenólico acumula-se tanto ao longo da parede celular como
associando-se ao fungo. No caso de cucurbitáceas, a presença de oídio aumenta
os níveis de fenóis e o ataque de fungos causadores de podridão de raiz, do
gênero Pythium, induz a uma maior síntese de peroxidases e polifenoloxidases,
enzimas relacionadas com o rompimento das próprias células do hospedeiro.
Também há aumento na produção de quitinase, enzima ligada à degradação da
parede celular do fungo, e de beta-glicosidase, enzima relacionada com
substâncias fungitóxicas encontradas nas raízes. Exemplos de outras doenças que
encontram resistência do hospedeiro com a suplementação de silício incluem
bruzone e mancha parda em arroz, cancro-da-haste em soja, oídio em soja,
cevada, moranga e tomateiro, rizoctoniose em arroz e sorgo, dentre outras.
A maior resistência ao
ataque de insetos por plantas com nível ótimo de silício nos tecidos está sendo
alvo de estudo por um número cada vez maior de pesquisadores no Brasil. Alguns
resultados de pesquisa incluem o pulgão verde em trigo e sorgo, lagarta do
cartucho em milho, broca do colmo em cevada, broca da cana-de-açúcar, lagarta
do colmo em arroz, gafanhoto verde, etc. A planta pode responder ao estímulo
invasor da praga aumentando a absorção de silício, como foi constatado em
citrus e pastinaca.
Estratégias alternativas
de manejo de controle de doenças e a utilizaçao de novos insumos no manejo
nutricional do solo têm despertado bastante interesse, principalmente pelo
potencial de uso comercial e baixo impacto ambiental. A tecnologia baseada no
uso do silício é limpa e sustentável, com enorme potencial para diminuir o uso
de agroquímicos e aumentar a produtividade por meio de uma nutrição mais
equilibrada e fisiologicamente mais eficiente.
Oscar Fontão de Lima
Filho1
Artigo 3/8
O silício combate
estresses nutricionais
O silício é um elemento
que está despertando bastante interesse entre os técnicos e agricultores, pelos
inúmeros benefícios que traz às culturas, incluindo aumentos na produtividade e
na resistência a estresses bióticos e abióticos, tais como excesso de metais
pesados, deficiência hídrica e doenças fúngicas. Quando adicionamos um nutriente
ao solo, via adubação, ocorrem reações químicas que podem modificar, para mais
ou para menos, os teores disponíveis de outros elementos. O caso do silício é
interessante, pois ocorrem interações com vários elementos que favorecem a
nutrição da planta.
O ácido silícico, a forma
solúvel presente na solução do solo e pela qual a planta absorve o silício,
ajuda a proteger as plantas dos efeitos tóxicos do alumínio pela formação de
hidroxialuminossilicatos inertes na solução do solo. Mas esta propriedade não se
restringe apenas ao alumínio. O ácido silícico pode reagir com outros metais
como ferro, manganês, cádmio, chumbo, zinco, mercúrio e outros, formando
silicatos desses metais. Com uma concentração elevada de ácido monossilícico,
pode ocorrer precipitação dos metais pesados com uma baixa proporção de
silicatos solúveis.
No caso do manganês ocorre
um outro fato interessante. A toxidez de manganês nas plantas se caracteriza
pelo aumento de compostos fenólicos, responsáveis pelas manchas pardas e
necróticas nas folhas. A adição de silício suprime o aumento de ácidos
fenólicos causados pelo excesso de manganês, diminuindo ou mesmo impedindo o
aparecimento dos sintomas de toxidez.
Em casos de estresses
salinos, o silício também pode ser benéfico. A concentração de sódio na parte
aérea da planta diminui sensivelmente quando se adiciona silício em substratos
com carência neste elemento.
A escória agrícola, que é
um silicato de cálcio e de magnésio proveniente da indústria siderúrgica, e
fonte comercial de silício, é considerada também um corretivo de acidez do
solo. Sua ação neutralizante se deve à dissociação do silicato de cálcio e do
silicato de magnésio, com posterior formação de íons hidroxilas que irão
neutralizar o íon hidrogênio da solução do solo, responsável pela sua acidez.
O uso de fertilizantes
silicatados aumenta a eficiência da adubação NPK. Os adubos silicatados
normalmente apresentam boas propriedades de adsorção. Isto faz com que ocorra
uma menor lixiviação de potássio e outros nutrientes móveis no horizonte
superficial. Com o aumento no teor de silicato no solo, ocorrem reações
químicas de troca entre o silicato e fosfatos, como os fosfatos de cálcio,
alumínio e ferro. Com isso, há a formação de silicatos de cálcio, alumínio e
ferro, por exemplo, com a liberação do íon fosfato, aumentando o teor de
fósforo na solução do solo. Além disso o silicato pode deslocar o fósforo dos
sítios de adsorção na argila e nos sesquióxidos, ou ocupá-los
preferencialmente. Estudos indicam, também, a possibilidade do silício aumentar
a translocação interna do fósforo para a parte aérea da planta.
Plantas com níveis mais
elevados de silício tendem a conter mais nitrogênio em seus tecidos. Como o
silício aumenta a produção de fotoassimilados, devido ao incremento na taxa fotossintética,
há um aumento de substrato para a incorporação do nitrogênio nos esqueletos
carbônicos. Para maximizar o potencial de produção, por exemplo no arroz,
pode-se adotar plantios mais adensados e altas aplicações de nitrogênio.
Contudo, nestas condições, as folhas tendem a ficar menos eretas, e a planta
fica mais suscetível a doenças. A aplicação de silício deixa as folhas mais
eretas, diminuindo o sombreamento mútuo, e a planta mais resistente a doenças.
Cultivos intensivos, com aplicações pesadas de nitrogênio, necessitam de
adubação complementar com silício.
O papel do silício no
manejo do solo será cada vez mais importante para uma maior produtividade e
sustentabilidade, à medida que os agricultores tiverem acesso a fontes
silicatadas.
Oscar Fontão de Lima
Filho1
Artigo 4/8
PRODUTIVIDADE E O MANEJO
DO SOLO: O CASO DO SILÍCIO
O agricultor necessita
otimizar os custos de produção para se tornar competitivo e conviver com a
flutuação dos preços pagos pelo seu produto. A melhor maneira de se fazer isso
é através da utilização de tecnologias geradas pela pesquisa. Dentre os fatores
que afetam a produtividade, estão a disponibilidade de nutrientes corretamente
balanceados nos solos e o controle de pragas e doenças.
Várias doenças causadas
por fungos em diversas culturas, bem como algumas pragas, podem ser reduzidas
significativamente com a fertilização silicatada. Estresses causados por
temperaturas extremas, veranicos, metais pesados e/ou tóxicos, por exemplo,
podem ter seus efeitos reduzidos com o uso do silício. Interações nutricionais
positivas, como aumento na absorção de nitrogênio, fósforo e potássio e
melhoria na arquitetura foliar, com incrementos na fotossíntese também são
observados devido à utilização do silício como parte do manejo do solo. Além
disso, fontes comerciais atualmente disponíveis no mercado contêm outros
elementos que podem contribuir para a nutrição da planta. Os silicatos de
cálcio e de magnésio provenientes da indústria siderúrgica, aprovados para uso
agrícola, possuem níveis variáveis de silício, cálcio, magnésio, e outros
elementos em menor concentração, como por exemplo, boro, zinco, manganês,
fósforo, potássio e enxofre. Estes silicatos, denominados escórias agrícolas,
também são considerados corretivos agrícolas, podendo substituir totalmente os
calcários.
Culturas importantes no
contexto nacional, como soja, milho, trigo, algodão, arroz, cana-de-açúcar e
outras, podem se beneficiar com a fertilização silicatada, já que uma boa parte
de nossos solos possuem baixos níveis de silício disponível para as plantas, o
qual se encontra na forma de ácido silícico na solução do solo. A soja pode
apresentar quantidades consideráveis de silício em seus tecidos quando a
concentração do elemento no solo é alta. Trabalhos mostram aumentos na
produtividade, altura da planta, número de vagens, matéria seca da parte aérea
e das raízes. Já foram observados sintomas de deficiência de silício em soja,
que se caracterizam pela malformação de folhas novas e redução da fertilidade
do grão de pólen.
Pesquisas realizadas nos
Estados Unidos e China também mostram o potencial da aplicação do silício na
cultura algodoeira. Nestes trabalhos a concentração de silício na fibra do
algodão aumentou durante a fase de alongamento, alcançando um valor máximo na
iniciação da parede secundária, sugerindo que o silício possa ter um papel na
formação e alongamento da fibra e, possivelmente, no desenvolvimento da parede
secundária. As pesquisas também indicaram que a adubação com silício via solo
pode promover crescimento mais rápido do algodão. Além disso, pode aumentar
significativamente o número total de capulhos e ramos frutíferos, tamanho de
capulhos e porcentagem de fibra.
O arroz e a cana-de-açúcar
são culturas acumuladoras de silício, concentrando em seus tecidos teores mais
elevados do que outros nutrientes. Por exemplo, estima-se que, em média, a cada
5 toneladas de grãos, a cultura do arroz remove de 500 a 1000 kg de sílica
(dióxido de silício) por hectare. Em arroz, a suplementação com silício
proporciona aumento na produção e na massa individual das sementes e diminuição
da esterilidade. Com o suprimento do silício a diferença no comprimento das
lâminas foliares, principal responsável pela altura, tende a aumentar de acordo
com o desenvolvimento da planta. A maior expansão foliar determina maior taxa
de assimilação de gás carbônico por planta. Com isso, há uma maior translocação
de assimilados para a produção de grãos, aumentando a produtividade. Em arroz
irrigado o silício aumenta o poder de oxidação das raízes, minimizando os
efeitos tóxicos de níveis elevados de ferro. O efeito do silício tende a ser
mais intenso em cultivos com adubações nitrogenadas pesadas e em solos com
níveis baixos de silício disponível.
A cana-de-açúcar responde
bastante à adubação silicatada. Ao aumentar o comprimento e o diâmetro dos
colmos, e o número de perfilhos, a aplicação de silicato aumenta a
produtividade. Trabalhos de pesquisa também têm mostrado aumentos no teor de
açúcar em solos pobres em silício disponível. Nessa cultura o sintoma de
deficiência de silício consiste em manchas pardas nas folhas (“freckling”), e
nas partes mais iluminadas do limbo há manchas cor de prata.
Não é só através da
barreira física, proporcionada pela presença de uma camada de sílica entre a
cutícula e a parede das células da epiderme, que o silício age contra a
penetração de fungos e o ataque de determinadas pragas. O silício não controla
a doença, mas pode reforçar a resistência da planta, ao estimular a produção de
enzimas e substâncias relacionadas com os mecanismos de defesa. Pode-se citar,
como exemplos, o aumento da resistência do arroz à bruzone e mancha parda, da
cana-de-açúcar à mancha anelar, da soja ao cancro da haste e de diversas
culturas ao oídio, como trigo, cevada e cucurbitáceas.
Não se deve subestimar o
significado deste elemento dentro da biologia vegetal. A maior disponibilidade
de fontes comerciais de silício no Brasil está possibilitando ao agricultor
optar por uma tecnologia que revela-se eficaz, do ponto de vista técnico, no
aumento da produtividade e na prevenção ou redução de estresses bióticos e
abióticos.
Oscar Fontão de Lima
Filho1
Artigo 5/8
Silício: produtividade com
qualidade na lavoura
Oscar Fontão de Lima
Filho1
Plantas mais produtivas,
com menos doenças e mais vigorosas. Esse é o resultado que muitos agricultores
vem obtendo ao utilizar o silício como mais um insumo no manejo do solo. A
maioria dos agricultores e técnicos ainda desconhece os efeitos e as vantagens
do uso de fontes silicatadas nas suas lavouras.
Há mais de 2000 anos
atrás, os chineses já utilizavam cinzas de palha de arroz, ou cevada,
misturadas com esterco para fertilizar o solo. Virgílio (70 – 19 A.C.), poeta e
cientista do Império Romano, também sugeria o uso de cinza vegetal para
aumentar a fertilidade dos solos já degradados. As cinzas vegetais podem ser
consideradas como o primeiro fertilizante mineral complexo, e as cinzas de
arroz e outros cereais, que acumulam quantidades significativas de silício,
como o primeiro fertilizante silicatado utilizado pelo homem. Um famoso
agrônomo e químico alemão, Justius von Liebig (1803-1873), foi a primeira
pessoa a sugerir o uso do silício como fertilizante em 1840, e o primeiro
cientista a conduzir um experimento com silício em casa-de-vegetação. O
primeiro experimento de campo com fertilizante silicatado, no mundo, ocorreu em
1859 na Estação Experimental de Rothamsted, na Inglaterra, famosa por seus ensaios
seculares. Aliás, os experimentos com adubação silicatada continuam até hoje.
Estes são alguns exemplos que mostram que o uso do sílicio na agricultura não é
recente. De lá para cá a pesquisa científica tem demonstrado, e a prática tem
comprovado, os inúmeros benefícios da adubação silicatada, cujo interesse no
Brasil tem aumentado bastante. Isto se explica pelo fato de já haver
disponibilidade de fontes comerciais de silício, o que não ocorria há apenas
alguns anos atrás.
Estas fontes são um
subproduto proveniente da produção do ferro e aço da indústria siderúrgica, e
são chamadas escórias. Mas para que uma escória possa ser utilizada na
agricultura, há a necessidade do licenciamento ambiental por órgão ligado à
secretaria estadual do meio ambiente, e pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, no qual a composição química e física da escória deve
seguir as normas para corretivos de solo. Se apta para o uso agrícola, a
escória é liberada e certificada, passando a ser uma Escória Agrícola. Estas
escórias, que são silicatos de cálcio e magnésio, além de poderem ser
utilizadas como corretivos do solo, podendo substituir o calcário, devido à sua
basicidade, são fontes principalmente de silício, cálcio e magnésio, além de
outros nutrientes em menor quantidade. Vários fertilizantes silicatados são
agora utilizados em larga escala em outros países, como EUA, Japão, Coréia e
China.
Mas por quê a necessidade
de se adicionar silício solúvel ao solo? Solos tropicais e subtropicais
sujeitos à intemperização e lixiviação, com cultivos sucessivos, tendem a
apresentar baixos níveis de silício trocável, devido à dessilicificação (perda
de silício). Estes solos, normalmente, apresentam baixo pH, alto teor de
alumínio, baixa saturação em bases, e alta capacidade de fixação de fósforo,
além de uma atividade microbiológica reduzida. A compactação do solo também
pode reduzir a quantidade de silício disponível para as plantas, pois aumenta o
nível de ácidos polissilícicos, diminuindo o teor de ácido monossilícico, que é
a forma pela qual a planta absorve o silício. Regiões agrícolas importantes são
pobres em silício disponível, como o centro-oeste brasileiro. Solos tropicais
altamente intemperizados podem apresentar teores de silício menores do que 2
ppm na solução do solo. O baixo conteúdo de silício em muitas regiões pode
limitar a busca de uma maior produtividade com qualidade, sustentabilidade e
com o máximo retorno econômico.
A pesquisa científica tem
demonstrado o envolvimento do silício em vários aspectos estruturais,
fisiológicos e bioquímicos da vida da planta, com papéis bastante diversos.
Além de promover melhorias no metabolismo, ativa genes envolvidos na produção
de fenóis e enzimas relacionadas com os mecanismos de defesa da planta. A
essencialidade do silício já foi comprovada para as algas diatomáceas, algumas
espécies vegetais, e para os animais, incluindo os seres humanos. Devido aos
inúmeros benefícios que a adubação silicatada pode oferecer às plantas,
aumentando a produtividade e a qualidade do produto colhido, considera-se o
silício um elemento agronomicamente essencial.
Uma lista, incompleta, mas
mesmo assim extensa, com os processos, estruturas e características das plantas
que podem ser influenciados pelo silício, todos documentados na literatura,
mostra o significado deste elemento na vida e no rendimento das plantas.
Aumenta o crescimento e a
produtividade
Aumenta a força mecânica
do colmo e a resistência ao acamamento
Favorece a penetração da
luz no dossel da planta por manter as folhas mais eretas, promovendo assim a
fotossíntese
Aumenta a atividade
radicular, promovendo a absorção de água e nutrientes, principalmente
nitrogênio, fósforo e potássio, e o poder de oxidação das raízes
Aumenta a resistência a
pragas e doenças
Neutraliza o alumínio tóxico
do solo, bem como diminui a toxidez causada pelo manganês e outros metais
pesados
Em gramíneas diminui a
transpiração excessiva, aumentando a resistência a veranicos
Promove a formação de
nódulos em leguminosas
Aumenta a proteção contra
temperaturas extremas e ao estresse salino
Aumenta a massa individual
das sementes e a fertilidade dos grãos de pólen
Aumenta a produção de
carboidratos e açúcares
Não se pode negar o fato
do silício ser um componente majoritário dos vegetais, e dos papéis importantes
que desempenha na vida das plantas. A inclusão da adubação silicatada no manejo
do solo pode significar um maior retorno econômico para o agricultor.
Artigo 6/8
Silício na Agricultura e a
Saúde Humana
Oscar Fontão de Lima
Filho1
Quando se menciona o
silício pensa-se logo nos vidros, nos implantes de silicone e nos chips de
computadores. A sua utilização pelo ser humano data da era paleolítica, quando
se fabricavam artefatos de silex, que é uma rocha constituída de sílica amorfa e
sílica cristalina. O silício participa de uma gama enorme de processos e
produtos oriundos de diversas indústrias, como a eletrônica, médica,
farmacêutica, construção civil, siderúrgica, alimentícia, limpeza, perfumaria,
etc.
Os estudos biológicos na
área agronômica já demonstraram os efeitos notáveis do silício no aumento do
crescimento vegetal, na produção de alimentos e no combate a estresses causados
em plantas por fatores físicos, climáticos e biológicos. No outro lado da moeda
temos os animais, consumidores dessas plantas. Da mesma forma como vários
outros minerais, o silício é essencial para animais, o que inclui os seres
humanos. O silício é o terceiro elemento traço essencial mais abundante do
corpo humano, após o ferro e o zinco. Os teores mais altos de silício ocorrem
em tecidos conectivos ou conjuntivos, especialmente aorta, traquéia, tendões,
ossos e pele. Os tecidos conjuntivos caracterizam-se por estabelecer e manter a
forma do corpo, fazem a ligação entre outros tecidos e o preenchimento de órgãos.
Também é encontrado em outros órgãos, como timo, supra-renais, pâncreas,
fígado, coração, músculo, pulmão e baço, por exemplo. Além de promover a
biossíntese de colágeno e a formação e calcificação dos tecidos ósseos, o
silício está envolvido no metabolismo de fosfolipídeos, bem como afeta o
conteúdo de cálcio no corpo, o qual está associado intimamente à idade. O
silício também está ligado à lã animal e às moléculas de queratina de chifres.
A deficiência de silício pode aumentar a susceptibilidade a doenças, como
artrite degenerativa e arterioesclerose, bem como o envelhecimento precoce da
pele e a fragilidade das unhas.
Como se pode notar, é
fundamental que a dieta alimentar contenha níveis adequados de silício. Ainda
não foram estabelecidos os valores nutricionais adequados para a ingestão deste
elemento, mas estima-se que a dieta humana diária deva conter de 20 a 30 mgde
SiO2 (dióxido de silício ou sílica). Alguns fatores podem contribuir para que a
ingestão de silício seja sub-ótima, induzindo carências marginais em humanos,
que podem levar a uma debilitação de tecidos que o requerem em maior
quantidade, como tendões, ossos, pele, pêlos e unhas. Esses fatores estão
ligados, principalmente, à produção dos alimentos no campo, pois as plantas
podem absorver quantidades insuficientes de silício. As causas mais importantes
para as plantas conterem níveis de silício abaixo do ideal em seus tecidos, são
citadas a seguir:
1) A retirada de silício
do solo pelas plantas e destas do campo, por meio das colheitas, sem a devida
reposição do elemento. Como as cultivares modernas têm um potencial de extração
de nutrientes cada vez maior, principalmente em função da maior produtividade,
intensifica-se a exportação ou saída de silício de nossos solos;
2) Solos carentes em
silício disponível para as plantas. Os solos naturalmente pobres em nutrientes,
geralmente são pobres também em silício. A correção do solo com calcário e a
adubação convencional não aumentam os níveis de silício necessários para o
crescimento pleno e saudável da planta. Convém salientar que solos arenosos
normalmente possuem níveis baixos de silício na forma assimilável pelas
plantas;
3) Uso crescente de
defensivos que diminuem a população de microrganismos do solo que atuam como
solubilizadores de silicatos;
4) Menor consumo de fibras
pela população, onde se concentra uma grande parte do silício nos alimentos.
Ademais, o ser humano está geneticamente condicionado a consumir níveis de
silício bem mais elevados que os atuais, pois a sua dieta tem sido rica em
fibras há milhares de anos. Atualmente, porém, o maior consumo de alimentos
processados e mais pobres em fibras, particularmente em países mais
desenvolvidos, contribui para a menor ingestão de silício.
Uma fonte importante de
silício é a água que a população consome, cujos níveis do elemento variam,
principalmente, com a sua origem geológica. Com o advento do tratamento da água
com sulfato de alumínio para agregar partículas no processo da floculação, os
teores de silício ficaram ainda mais baixos.
Considerando os benefícios
proporcionados pela nutrição balanceada, o agricultor deve considerar daqui
para frente a utilização de fertilizantes sólidos ou líquidos (adubação foliar)
silicatados no manejo nutricional e fitossanitário da sua lavoura. É uma
tecnologia relativamente nova no Brasil, sendo que o uso do silício como adubo
já está regulamentado em legislação pertinente.
¹ Engenheiro agrônomo,
pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS),
e-mail:
oscar@cpao.embrapa.br.
Artigo 7/8
Uso de escórias de
siderurgia na agricultura
Oscar Fontão de Lima
Filho1
O parque siderúrgico
nacional é composto atualmente por 28 usinas, distribuídas
majoritariamente em Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo. Para a
produção do aço,
utilizam-se como matérias-primas o minério de ferro, carvão vegetal ou mineral
e calcário. No processo de obtenção do ferro líquido, ocorre a aglutinação
das”impurezas” não metálicas contidas nesse material, havendo a separação por
diferença de densidade. Esse co-produto, chamado de escória, é resfriado e
posteriormente moído.
As escórias de siderurgia
podem ser utilizadas em inúmeras atividades, como na
construção civil e
pavimentação, mas pela sua capacidade de correção da acidez do solo e por
conter inúmeros nutrientes para as plantas, podem ser utilizadas na agricultura
como corretivo do solo e, também, como fertilizante silicatado, ou seja,
passível de fornecer silício para as plantas. Elas ainda contêm, além do
silício, altos teores de cálcio e magnésio, incluindo outros nutrientes em
menores proporções, como ferro, manganês, zinco, fósforo, enxofre etc. A
composição efetiva de nutrientes de uma escória varia de acordo com o forno do
qual ela procede ou, mesmo, de um lote para outro, além, é claro, da composição
individual das matérias-primas. A possibilidade de uso agrícola de uma
determinada escória como corretivo da acidez do solo ou fertilizante, depende
de seu registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),
atendendo determinados requisitos previstos em legislação.
O silício é absorvido
pelas plantas, de modo geral, em grandes quantidades,
principalmente por
gramíneas. Em muitas espécies, inclusive, os teores encontrados nos
tecidos superam aqueles
existentes para nitrogênio e potássio, nutrientes majoritários nas plantas.
Solos naturalmente pobres em elementos essenciais para os vegetais, ou
arenosos, geralmente possuem baixos níveis de silício assimilável pelas
plantas. A pesquisa agropecuária vem apresentando, há muitas décadas,
incontáveis resultados positivos da suplementação de silício no aumento da
produtividade das culturas e de melhoria nas condições das plantas para
resistir melhor a estresses, sejam eles de origem biológica, climática ou
abiótica. Desde que registradas e aprovadas pelos órgãos competentes, cabe à
iniciativa privada oferecer ao agricultor escórias siderúrgicas, melhor
denominadas de escórias agrícolas, em quantidade e qualidade compatíveis ao
crescimento da agricultura nacional.
¹ Engenheiro agrônomo,
pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS),
e-mail:
oscar@cpao.embrapa.br.
Artigo 8/8
Buscando maior
sustentabilidade na agricultura com silicatos
Oscar Fontão de Lima
Filho1
A agricultura brasileira
tem se caracterizado por aumentos da produção, área plantada, exportação e
quantidade de tecnologias aplicadas. Mas ao produzir alimentos, o agricultor
deve levar em conta a sustentabilidade, tanto econômica como ambiental. Desse
modo, o objetivo da agricultura moderna deve ser orientado pela produção de
alimentos sem impactos negativos ao meio ambiente e no custo de produção, sem
contaminar o trabalhador rural e com segurança alimentar ao consumidor. Uma
tecnologia útil é a utilização de silicatos no manejo nutricional das lavouras.
O seu uso está regulamentado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), que considera o silício um micronutriente.
O silício, de modo geral,
é absorvido pelas plantas em grandes quantidades. Em muitas espécies, por
exemplo, os teores nos tecidos superam aqueles encontrados para nitrogênio e
potássio, nutrientes majoritários em plantas. Mas para que isso ocorra é
necessário que o solo tenha quantidades adequadas desse elemento em forma
assimilável pelas plantas, ou seja, como ácido silícico. Solos que em sua
origem são inférteis, mesmo corrigidos e adubados posteriormente, e os mais
arenosos, normalmente possuem baixos níveis de silício que possa ser
aproveitado pelas culturas. O silício, por meio de uma série de ações no metabolismo
da planta, tanto do ponto de vista químico como físico, pode contribuir para
que haja aumento no crescimento e na produtividade. A palavra-chave para este
elemento é antiestressante, pois ele tem um papel importante nas relações
planta-ambiente, fornecendo à cultura melhores condições para suportar
adversidades climáticas, biológicas e do solo, tendo como resultado final um
aumento e maior qualidade de produção. Os efeitos do silício nas plantas
são mais evidentes quando
elas são submetidas a algum tipo de estresse, seja ele de natureza química,
física ou biológica. Maior rigidez estrutural, menor transpiração, maior
tolerância a doenças e pragas, maior resistência ao acamamento, encharcamento,
veranicos e geadas, bem como neutralização ou diminuição dos efeitos tóxicos de
metais pesados, como manganês e alumínio, são alguns dos importantes benefícios
que a adubação silicatada pode proporcionar para as plantas cultivadas.
A aplicação no solo de
silicatos de cálcio ou silicatos de cálcio e magnésio, os quais passam por um
tratamento térmico a altas temperaturas, pode trazer inúmeros benefícios para
as culturas, como cereais, frutíferas, hortaliças, cana-de-açúcar, etc.
Pesquisas também têm demonstrado que a adubação foliar com silicato de potássio
pode ser uma boa estratégia para diminuir o uso de agrotóxicos no combate a
doenças e pragas, principalmente. O silicato de potássio não é um fungicida e
nem substitui esse tipo de produto, mas pode ser usado como um complemento para
aumentar a resistência das plantas a várias doenças, propiciando a diminuição
no uso de agrotóxicos nas culturas. Vale lembrar, também, que este fertilizante
é uma eficiente fonte de potássio para aplicação foliar. Nesse sentido, a
Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados, está conduzindo estudos com o silicato
de potássio para prover o agricultor de informações e subsídios mais concretos
sobre o uso desse fertilizante.
A tecnologia baseada no
uso do silício é limpa e sustentável, com potencial para diminuir o uso de
agrotóxicos e aumentar a produtividade por meio de uma nutrição mais
equilibrada e fisiologicamente mais eficiente.
¹ Pesquisador da Embrapa
Agropecuária Oeste (Dourados, MS) oscar@cpao.embrapa.br
Complemento de Cálcio + Magnésio líquido para plantio
CARBONATO DE CÁLCIO
LÍQUIDO PARA COMPLEMENTO NO PLANTIO
Trata- se de um fertilizante fluído de alta concentração nano particulado,
fonte de CARBONATO DE CÁLCIO e MAGNÉSIO que ATUA principalmente na
complementação de cálcio e mg pras as culturas. Contribui para neutralização do
efeito fito tóxico do alumínio, atingindo níveis de profundidades até 25 cm de
profundidade de forma regular e uniforme, com um baixo custo operacional.
O pH de um solo é uma
expressão da atividade do íon H+, reduz
a acidez do solo (eleva o pH) pela conversão de alguns desses íons H+ em água.
Em sua composição, ele tem Ca e Mg e um ÂNION, o carbonato, que é o responsável
por corrigir a acidez. O Ca e o Mg são apenas cátions acompanhantes, sem
nenhuma função na correção da acidez, porém atuam no fornecimento de nutrientes
para as plantas.
BENEFÍCIOS
Ajuda a melhorar saturação
de base;
Fornecimento de Ca e Mg;
Ajuda elevar o pH;
Reduz o Al3+, Mn2+, Fe3+
em excesso;
Aumenta a disponibilidade
de N, P, K, Mg, S, Mo;
Melhora a atividade
bacteriana;
Contribui para aumento
da CTC no solo;
Diminui a fixação do P;
Aumenta eficiência dos
fertilizantes;
Aumenta a produtividade
das culturas;
Dispersão regular e
uniforme;
Redução de custo com
transporte;
Redução de custo com armazenamento;
Redução de custo
operacional;
Não precisa ser
incorporado ao solo;
PERGUNTAS FREQUENTES:
QUANTOS LITROS DEVEM SER
USADOS?
R: Depende de uma análise
de solo, mas a média são de 2 a 5 litros por hectare para complementação na
linha no plantio.
DEVEM SER DILUÍDOS EM QUANTOS LITROS DE
CALDA?
R: Varia de região para
região (levando-se em conta diferentes tipos de temperatura). Em média 300 litros
de calda por ha.
QUAL PERÍODO A APLICAÇÃO
DEVERÁ SER FEITA?
R: Antes, durante ou
após plantio.
PRECISA SER INCORPORADO?
R: Não
POSSO MISTURÁ-LO COM OUTROS PRODUTOS?
R:Não.
CAUSA FITOXIDADE?
R: Não.
ELEMINA A MICROFAUNA DO
SOLO?
R: Não, (auxilia na
multiplicação de organismos vivos).
Níveis de garantia:
ELEMENTO
CÁLCIO
MAGNÉSIO
DENSIDADE
PRODUTO
P/P%
P/V g/LITRO
P/P%
P/V g/LITRO
CARB. CÁLCIO
17,50
297,50
6,00
102,00
1,70
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES A
FAZER SOBRE O PRODUTO:
FAZER ANÁLISE DE SOLO,
PARA AVALIAR A NECESSIDADE DE CALCÁRIO;
FAZER A PRÉ-DILUIÇÃO ANTES
DE COLOCAR O PRODUTO NO PULVERIZADOR OU PARA FAZER APLICAÇÃO;
NÃO NECESSITA
INCORPORAÇÃO, APENAS A IRRIGAÇÃO OU CHUVA DE NO MÍNIMO 30 MM;
GRANDE EFICIÊNCIA NA
CORREÇÃO DO pH;
AUMENTA A CONCENTRAÇÃO DE CA E MG NO SOLO;
AUMENTA O V% QUE É PRIMORDIAL PARA TODAS AS
CULTURAS;
A APLICAÇÃO PODE SER FEITA
COM PULVERIZADOR COSTAL, TRATORIZADO, FERTIIRRIGAÇÃO, GOTEJAMENTO, PIVÔ
CENTRAL, ETC.;
HÁ NECESSIDADE DE AGITAÇÃO
CONSTANTE NO TANQUE DE PULVERIZAÇÃO;
PODE SER APLICADO EM
QUALQUER ÉPOCA DO ANO, INCLUSIVE SOBRE A CULTURA PLANTADA;
O PRODUTO É COMPOSTO DE
BASES FORTES COM NANO PARTÍCULAS;
NÃO É TÓXICO, PORÉM
RECOMENDAMOS PRECAUÇÕES NO MANUSEIO E ARMAZENAMENTO.
CONDICIONADOR DE SOLO
ÁCIDOS HÚMICOS E FÚLVICOS
A.F.H
É um produto natural com
elevado percentual de matéria orgânica (90%), Nitrogênio, Ácido Úmico e
Fúlvico. Possui alta qualidade que, incorporado ao solo, aumenta a atividade
microbiana. O ácido Húmico É considerado 300 x mais eficiente do que da cama de
frango, por ser extraído da leonardita australiana.
A capacidade de retenção
de água é alta e faz com que a umidade próxima às raízes seja mantida por um
período mais prolongado nos vegetais que utilizarem produtos oriundos desta
matéria-prima. Assim onde forem aplicados no solo mesmo em período de estiagem
ou deficiência hídrica, a planta terá água e nutriente em maior
disponibilidade.
Devido à capacidade de
absorver (segurar nutrientes minerais denominada (CTC), o disponibiliza estes
elementos químicos à planta por um período maior. A CTC é medida em mmol
c./dm3, no qual valores crescentes significam aumento da capacidade de absorver
nutrientes.
A capacidade de reduzir a
lixiviação de nutrientes minerais, devido à alta CTC, evita que estes elementos
químicos sejam carregados pela água para camadas inferiores do solo, onde as
raízes não poderão utilizá-los em curto prazo.
Reduz a salinização dos
solos, pelo fato dos nutrientes minerais estarem protegidos na área junto às
raízes das plantas, protegendo a vida microbiana.
Um produto ecologicamente
correto, pois o fato de reduzir a lixiviação dos nutrientes minerais, diminui a
possibilidade de contaminação das águas existentes no subsolo. Além disso, é
utilizado com o substrato para produção de mudas e elimina o uso de brometo de
metila, gás considerado danoso ao meio ambiente.
Melhora a estrutura, onde
nos solos arenosos, aumenta a capacidade de retenção de água (CRA) e a CTC,
além de unir as partículas de areia e no solo argiloso, também reduz a
densidade, aumentando a porosidade.
Nossos produtos são isentos de nematóides fitopatogênicos e
ervas-daninhas.
Age no SOLO e nas PLANTAS;
Na parte química e física;
Revitaliza a fauna
microbiológica ou microbiana no solo;
Aumenta os níveis de
matéria orgânica;
Aumenta saturação e CTC;
Não deixa reter o fósforo
nos Kelóides do solo;
Ajuda na liberação do N, P, K em pequenas
particulas ajudando as raizes terem 100 % de aproveitamento;
Não deixa lixiviar os
nutrientes, principalmente em solos mais arenosos;
A ação do ácido Húmico do
é 300 x mais potente do que o da cama de
frango (que demora 4 meses pra agir no solo, perdendo uma parcela por evaporação);
Aplicação única de 20
litros do produto p/ ha anualmente;
Durabilidade do produto de
um ano agindo no solo;
Aceita qualquer tipo de
pulverização, aspersão, gotejamento ou fertirrigação;
Não precisa ser
encorporado;
Aplicar em vazão média de
água de 100 a 300 l /ha.
Recomendado pra qualquer
tipo de solo e pra qualquer cultura;
Pode ser utilizado em cima
da pastagem sem retirar os animais do local.
Aplicação pode ser feita
antes, durante ou após o plantio.
Aumenta de 3 a 5 vezes as
radicélulas;
Com o tempo, tem a
possibilidade de reduzir 20% a 30% dos adubos convencionais;
Reduz a fixação de Fósforo
(P) no solo, por meio da complexação com ferro (Fe) e Alumínio (Al)
Maior resistência, vigor,
crescimento e desempenho da cultura;
Pode aumentar mais de 25%
a produtividade.
Apostila: A importância
dos ácidos húmicos e fúlvicos na agricultura
MARCH 22, 2014 / LEAVE A
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Substâncias Húmicas
EXTRAÇÃO: LEONARDITA
AUSTRALIANA
T. F. H.
GARANTIAS
ÁCIDOS:
F- FÚLVICO 18%
H- HÚMICO 3%
K2o 4,80%
TOC 12,00%
Partindo da maior formação
de raízes e da maior disponibilidade de nutrientes, as substâncias húmicas
promoverão o princípio da TROFOBIÓSE que reflete a maior produtividade e
resistência das plantas que são melhores nutridas.
1. Introdução
O uso de matéria orgânica
é uma prática muito antiga. O material orgânico, começava seu processo de
decomposição com a incorporação e mais tarde, pela ação de microrganismos e
também por intemperismo (químico e físico), se transformaria em matéria
orgânica. Assim, começava a utilização de matéria orgânica na agricultura.
2. Material Orgânico e
Matéria Orgânica
Existe uma diferença entre matéria orgânica e
material orgânico. O agravante desta situação é que a carência de informações
nítidas sobre o assunto, afeta o final da cadeia informativa técnica, ou seja,
os responsáveis pelas recomendações e desenvolvimento de campo. Num segundo
instante, a consequência se desloca para os produtores que aplicam seus
recursos sem, muitas vezes, obterem um retorno satisfatório e potencialmente
econômico.
O estudo da matéria
orgânica do solo (MOS) possui um caráter entre os variados segmentos da ciência
do solo; fertilidade, física, química, mineralogia, biologia, conservação,
gênese, morfologia, manejo, poluição do solo, fertilizantes, corretivos e a
qualidade ambiental são seções temáticas que distinguem estes segmentos,
havendo relação com as propriedades físicas, químicas e biológicas, que
caracterizam a MOS.
Mas o que é então matéria
orgânica e o que a diferencia de material orgânico?
Começando por material
orgânico, temos este como sendo todo material morto (animal ou vegetal)
adicionado ao solo e que ainda não sofreu processo de decomposição, ou seja,
que ainda pode ser identificado.
A matéria orgânica seria
todo material morto (animal ou vegetal) adicionado ao solo em estado de
decomposição avançado e que não pode ser mais identificado, chegando às
substâncias húmicas como final do processo.
Sempre que há adição de
material orgânico no solo, não é possível obter todos os benefícios desejados,
mas somente alguns relacionados à sua natureza física como, por exemplo,
retenção de umidade. Os benefícios mais almejados, principalmente do ponto de
vista da fertilidade do solo, se conseguem após o início da decomposição quando
o material orgânico começa sua transformação em matéria orgânica.
3. Matéria Orgânica do
Solo (MOS) X Substâncias Húmicas
A pergunta é: qual parte ou fração da matéria
orgânica é responsável pelos benefícios agrícolas? O principal responsável
pelas propriedades coloidais da MOS é o húmus ou substâncias húmicas, que
representam até 65% da MOS, e pode ser fracionado, segundo as características
de solubilidade de suas frações, em frações ácidos húmicos, ácidos fúlvicos e fração
humina (YAGI, 2004). Os primeiros são solúveis em meio alcalino, os ácidos
fúlvicos em meio ácido e alcalino, e a humina é insolúvel em qualquer um desses
meios (Parsons, 1988; Stevenson, 1994).
Desta maneira temos nas
substâncias húmicas a fração mais importante do ponto de vista agrícola, uma
vez que elas irão promover todos os benefícios desejados para o aumento da
produtividade e da qualidade dos produtos cultivados.
Na figura temos 5 gotas do produto comercial
diluídos em meio litro de água formando uma suspensão homogenia constante que
não decanta. Produto altamente solúvel.
Hoje uma das melhores
fontes para se trabalhar do ponto de vista econômica é o solo turfoso. Turfa é
uma substância fóssil, organomineral, originada da decomposição de restos
vegetais, encontrada em áreas alagadiças como várzeas de rios, planícies
costeiras e regiões lacustres. Segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas
(IPT) (1979), a turfa é um material mineral-orgânico, formado nos últimos
10.000 anos em antigo lagos e nas áreas
de inundação, como no Brasil, resultam do atrofiamento e decomposição
incompleta do material lenhoso e de arbustos, musgos e liquens em condições de
excessiva umidade. O processo de decomposição da matéria orgânica ocorre em
condições ambientais anoxicas, sendo responsável pela sua evolução fóssil o
desaparecimento da estrutura vegetal, a perda de oxigênio e o enriquecimento
relativo em carbono (IPT, 1978). O ambiente satura em água, inibe a
decomposição biológica, ativa dos tecidos das plantas e promove a retenção do
carbono, que normalmente seria liberado na forma de produtos gasosos (MARTINO
& KURTH, 1982).
4. Benefícios da Matéria
Orgânica e das Substâncias Húmicas no Solo
O estudo dos pesquisadores
renomados sobre matéria orgânica, lançaram informações comprobatórias desses
efeitos. Em 1991 o professor Bernardo V. Raij concluiu que a matéria orgânica
do solo possui estreita relação com a capacidade do solo em fornecer macro e
micronutrientes às plantas, em que processos de mineralização e imobilização
orgânica, e de dessorção e adsorção de cátions e ânions, entre outros, governam
a disponibilidade dos nutrientes.
Em resumo, foi verificado
que, quanto maior for o teor de matéria orgânica de um solo, maior será o
fornecimento de nutrientes às plantas. Tal fato foi verificado por inúmeros
pesquisadores que, a partir daí, começaram a questionar os reais mecanismos que
exerciam tais melhorias na fertilidade e propriedades físicas dos solos.
Quando destacamos a
fertilidade do solo como meta de estudo, começamos a identificar os benefícios
da adição de substâncias húmicas desde o momento da aplicação.
4.1. Físicos
Uma vez adicionada ao solo
e após sua incorporação, as substâncias húmicas agirão como agente cimentante
aumentando o diâmetro de agregados e promovendo maior aeração ao solo. Também
reduzem a plasticidade e a coesão, propriedades mais importantes para solos
“pesados” ou argilosos, e atenuam a variação da temperatura do solo. Sabemos
que este benefício é menor que o da adição de material orgânico, porém não deve
ser esquecido uma vez que ocorre.
4.2. Biológicos
A atividade microbiológica existente no solo é
de vital importância do ponto de vista agrícola, uma vez que os microrganismos
atuam como agentes captadores e disponibilizadores de nutrientes (fixação de
elementos e mineralização de nutrientes à passagem dos elementos orgânicos para
a forma mineral aproveitável pelas plantas). Como exemplo prático, temos as
bactérias fixadoras de nitrogênio (diazotroficas endofíticas) amplamente
utilizadas em áreas comerciais de soja e feijão. MARQUES JUNIOR e seus
colaboradores estudaram em 2005 os níveis populacionais de bactérias
diazotróficas endofíticas na presença de ácidos húmicos. Foi verificado que
houve aumento considerável no nível populacional dessas bactérias aumentando
também o volume de nitrogênio captado do ar e fixado para as plantas.
O trabalho auxiliador da
matéria orgânica se faz no fornecimento de carbono orgânico que é a fonte
energética dos microrganismos. Quanto maior for o teor de carbono orgânico de
um material, maior será a fonte nutricional para a atividade microbiológica e maiores
serão os benefícios. Produtos a base de substâncias húmicas podem passar de 26%
de C.O. total se apresentando como uma excelente fonte energética para o meio
biológico.
4.3. Aumento do Volume
Radicular
Após o evento da
decomposição, as substâncias húmicas geradas promovem o aumento do fluxo de H+
na região da rizosfera aumentando, através de estímulos químicos, o
desenvolvimento radicular. Resultados simples de campo mostraram volumes de
raízes três a quatro vezes maiores na área tratada em comparação à área
controle em diversas culturas como soja, café, mamão, cana, laranja e etc.
4.4. Fertilidade do Solo
A matéria orgânica esta
diretamente relacionada com a fertilidade do solo (fornecimento de nutrientes
às plantas) e por este motivo se encaixa como agente fundamental no
desenvolvimento de qualquer cultura comercial. Após anos de estudos,
pesquisadores identificaram inúmeros mecanismos em que a matéria orgânica atua
exercendo melhorias na fertilidade.
Vejamos alguns deles:
4.4.1. Propriedades Coloidais
x CTC
As propriedades coloidais do solo têm papel
importante na capacidade de troca de cátions (CTC) e também na disponibilização
de ânions (capacidade de troca aniônica – CTA). Quanto maior for a CTC de um
solo, maior será seu poder tempão (resistência à mudança de pH) e maior será
sua capacidade de disponibilizar nutrientes na solução do solo (é da solução do
solo que as plantas absorvem os nutrientes). Da mesma maneira, quanto maior a
CTA, maior será a sua capacidade de liberar ânions na solução.
Quando se fala em
propriedade coloidal, logo vem à mente um solo rico em argila por esta (a
argila) ter maior superfície de atividade e por formarem minerais do tipo 2:1
(embora em nossos solos a forma predominante seja a 1:1), gerando solos “mais
ricos” do ponto de vista agronômico. É comum pensar que em solos arenosos não
existe propriedade coloidal em face ao baixo teor de argila e também pelos
minerais inertes existentes. A verdade é que existe sim esta propriedade, mas
também é verdade que, se comparado a um solo argiloso, é extremamente mais
baixa.
Mas a pergunta é: tais
propriedades coloidais ocorrem apenas na presença dos minerais de argila?
Sabe-se que a matéria orgânica do solo possui as mesmas propriedades colidais
exercidas pelos minerais de argila e que, sua adição ao solo, promove o aumento
da CTC e também de todos os benefícios dessas propriedades. Em 1956, o
professor Verdade verificou que a contribuição percentual da matéria orgânica
para a capacidade de troca catiônica (CTC) é
da ordem de 30% a 40%
para solos argilosos e de 50% a 60% para solos arenosos. Já o professor
Bernardo V. Raij chegou a valores de contribuição próximos de 70%. Mas de onde
vem esta propriedade? Segundo pesquisadores, o principal responsável pelas
propriedades coloidais da matéria orgânica é o húmus ou substâncias húmicas e
que tais substâncias, representam até 65% da matéria orgânica, e podem ser
fracionados em ácidos húmicos, ácidos fúlvicos e humina, sendo a maior fração a
de ácidos húmicos.
A partir desta informação,
podemos agora separar a matéria orgânica em duas partes funcionais:
substâncias; húmicas e substâncias não húmicas; materiais em processos de
finalização da decomposição. Produtos comerciais como o T. F. H apresentam CTC
muito elevado, favorecendo o aumento no solo e exercendo papel importante na
formação de um “reservatório” natural de nutrientes, implicando em maior
retenção de nutrientes por esta propriedade e aumentando a disponibilidade para
as plantas.
4.4.2. Retenção de Cátions
Por estarmos em um país tropical, uma das
situações mais comuns na agricultura é o excesso de água advindo de chuvas
prolongadas e muitas vezes torrenciais. Tal excesso promove um dos fenômenos
mais comuns e prejudiciais (do ponto de vista financeiro), a lixiviação. O
processo de lixiviação consiste na descida do nutriente no perfil do solo junto
com a água ficando os mesmos, em sua maioria, fora do alcance das raízes
resultando em má nutrição e queda de produtividade. Esse fenômeno chega a
forçar o produtor de determinadas regiões a diminuir a adubação via solo para
evitar maiores prejuízos, e isso, acontece muitas vezes nos momentos em que as
plantas mais precisam nutrientes.
Uma vez que as substâncias
húmicas (carga negativa) chegam ao solo e encontra os cátions como ferro,
potássio, magnésio, cálcio e etc. formam um complexo denominado humato através
de atração magnética, algo muito próximo da formação de quelatos. Essa união
promove o aumento do diâmetro do elemento ocasionando numa barreira física e
impedindo, ou diminuindo com considerável intensidade, a lixiviação dos cátions
tornando-os mais disponíveis às plantas e por um período tempo maior.
O complexo humato é,
portanto, a união de cargas sendo a negativa advinda do ácido húmico e a
positiva de cátions presentes na solução do solo. Tal ligação é do tipo iônica
sendo assim facilmente quebrada durante a absorção pelas plantas.
Cátion revestido por ácido
húmico
Cátion ácido húmico
4.4.3. Liberação e
Impedimento da Fixação de Fósforo (P)
O P participa de um grande
número de compostos das plantas, essenciais em diversos processos metabólicos.
O elemento está presente também nos processos de transferência de energia. Seu
suprimento adequado, desde o início do desenvolvimento da planta é importante
para a formação dos primórdios das partes reprodutivas. E quantidades adequadas
estimulam o desenvolvimento radicular, sendo essencial para a boa formação de
frutos e sementes além de incrementar a precocidade da produção (RAIJ, 1991).
Dos três macronutrientes, o P é o exigido em menores quantidades pela plantas,
entretanto é o nutriente mais usado em adubação no Brasil, tanto pela carência
generalizada dos solos como por ter forte interação com o solo (FAQUIM, 1994),
visto que 75% a 95% do fósforo levado ao solo, se perde no processo denominado
fixação.. É o macronutriente de maior imobilidade no solo (MENGUEL E KIRKBY,
1987).
A fixação ocorre, por
exemplo, pela complexação do fósforo por outros elementos como o ferro por
atração de cargas. Tal complexo ocorre por atração de cargas sendo que a
ligação entre as cargas é do tipo covalente (ligação forte que necessita que
demanda alta quantidade de energia para ser quebrada). Por esta razão, quando
ocorre tal união, praticamente se perde tanto o fósforo quanto o cátion a ele
ligado.
Como já explicado no item
4.4.2, uma vez adicionado ao solo, o ácido húmico irá formar um complexo
denominado humato com os cátions aumentando seu diâmetro. Outra conseqüência
desse complexo é que ao se formar as cargas irão de neutralizar.
Cátion revestido por ácido
húmico
OBS: Ausência de cargas
livres
Ao ocorrer a formação de
humato entre ácido húmico e ferro, as cargas positivas do ferro irão se
neutralizar com as do ácido húmico. Quando o fósforo estiver presente na
solução do solo, não irá ter atração por este ferro por não haver cargas livres
e assim não formará o complexo estável que resultaria em fixação. Em testes
feitos no município de Patrocínio (MG) com utilização de ácidos húmicos em café
arábica visando a disponibilizacão de fósforo para as plantas, foram obtidos
resultados da ordem de 4,7 vezes mais fósforo no tratamento quando comparados
com a testemunha.
Outro resultado de grande
interesse observado nesse experimento, foi constatado pela redisponibilização
de fósforo em camadas mais profundas. Tal resultado se deve ao ataque dos
ácidos orgânicos presentes nas substâncias húmicas e também pelos dispensados
pelos microrganismos do solo (que foram beneficiados pelo carbono orgânico do
ácido húmico).
WIETHOLTER e
colaboradores, estudando efeito de fertilizantes minerais e organominerais nos
rendimentos de culturas e em fatores de fertilidade do solo, concluíram que o
uso de turfa liberadora de substâncias húmicas aumenta o teor de fósforo
disponível no solo favorecendo o desenvolvimento das plantas cultivadas.
5. Volumes de Aplicação x
Culturas
A decisão de doses de produtos a base de
substâncias húmicas irá variar de acordo com a freqüência e intensidade de
adubação da área, bem como da cultura que receberá a aplicação. Quanto maior o
volume de adubo e a freqüência de adubação, maior poderá ser o fracionamento
das substâncias húmicas, porém caberia aumentar a dosagem final acumulada.
RESINAS IMPORTADAS pra substituir óleos minerais e
vegetais
RESINA VEGETAL IMPORTADA
Resina – Extraída de
extratos vegetais + Nitrogênio.
Substitui 100% óleos
minerais e vegetais;
Tem alta tecnologia e não
há contra-indicações;
Compatível com todos os
produtos e pode ser utilizado em todas as culturas;
Cola, conduz e fixa
produtos e nutrientes nas plantas, age como adesivo, espalhante e anti-deriva;
Não sufoca as folhas como
acontece com os óleos;
Não causa fitotoxidade e
queima das folhas;
Condutor dos produtos pra
translocação dentro da planta;
Diminui a vazão de água e
energia;
Pode ser usado durante o
sol;
Tem compatibilidade com
cobre e enxofre;
Não deixa as folhas
pesadas.
Modo de usar; Utilizar
para substituir o óleo mineral e vegetal, podendo misturar com qualquer tipo de
produto, herbicidas, fungicidas, inseticidas, fertilizantes, metais pesados,
produtos alcalinos. Recomendado para todas as aplicações. Dosagem: 50 ml /
ha. e ou 200 ml / 2000 l água.
Óleos minerais e vegetais
causam:
Os óleos minerais e
vegetais não deixam a planta respirar por pelo menos 10 dias, ou seja eles
deixam as plantas totalmente estressadas e impedem que realizem a fotossíntese
prejudicando seu desenvolvimento.
REDUTOR DE pH
Anti – deriva;
Anti – espumante, elimina
100% das espumas;
Redutor de ph;
Sequestra todos os
minerais da água (poço artesiano);
Elimina as matérias
orgânicas; (água de rio);
Ajuda a remover as
ferrugens das bombas;
Age como espalhante,
fixador e adesivo;
Compatível com agrotóxicos
(- fungicidas);
100% de redução de espumas na calda de pulverização;
Maior controle de deriva
da calda na aplicação;
Menor escorrimento da
calda sob as partes aplicadas com agrotóxicos;
Complexante de cátions;
Quebra a tensão
superficial da gota, pois a água fica uniforme.
Modo de usar; utilizar
junto com qualquer produto menos fungicidas, para redução do pH, anti-deriva e
anti-espumante. Dosagem: 50 ml / ha.
RESINA SILICONADA
Silicone puro
Quebra a tensão
superficial da gota;
Mais eficaz para fixar nas
plantas, por ser silicone puro, diferente de adesivos que já existem no
mercado;
Carrega os elementos da
calda pra dentro da planta;
Fixa 100% na planta em 4
horas podendo até chover depois;
Compatível com todos os
produtos;
Age como colante e
condutor dos produtos.
Modo de usar; Compatível com todos os produtos.
Usado principalmente no algodão,
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